domingo, 20 de setembro de 2009

Reticências


Incrível como todo mundo morre, mas nem todo mundo vive. Incrível como um ano passa e percebe-se dele quase nada foi aproveitado; estranho é pensar que há pessoas olham para uma longa vida e percebem que quase nada foi aproveitado. Que cada ano foi um espaço vazio, como bolhas a serem preenchidas apenas de ar.

Sonhar nos traz os objetivos à mente, mas nem sempre, às nossas mãos; vidas plenas não são feitas somente a partir de sonhos. Nunca adiantou sonhar e não colocar em prática. Muitas vezes o sonho é melhor que a relaidade, mas a busca de um sonho dentro de uma realidade, ainda é pequena. As pessoas cada vez mais se condicionam a mesmice insuficiente. Não anseiam por mais. Não aproveitam o que têm em mãos, o que muitas vezes é simples, mas infinitamente belo; o que têm, de mais precioso, nunca é suficiente. Quando não têm nada, não buscam. Tão doentio.

Onde estão os sonhos?
Não na realidade.

Com certeza estão perdidos em algum canto solitário da mente, empacotados e embrulhados, pequenos, dando espaço às futilidades. Sem serem sonhados e sem serem colocados em prática.
De que vale a vida? De que vale essa busca insana por algo que nunca chega? Não vale. É inexistente e oco.

Isso não é um culto ao suicídio.

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