
Costumava guardar para si os sonhos, e colocar os segredos num pote de vidro, fingindo se tratar de uma redoma de cristal que os protegeria. Seus desejos e sonhos eram tão pessoais e tão dela, que os guardava apenas em mente; colocar os segredos para o pote era como conversar com uma segunda ela mesma.
Escrevia o segredo de forma direta e simples, sem rodeios. Caneta porosa preta deslizando com formas bonitas sobre um papel pequeno e amarelo claro. Um desenho qualquer no final, feito com delicadeza.
Depois de escrever, ela dobrava o pedaço de papel, marcando as retas com as unhas, como quem sela uma carta, com todo cuidado do mundo. Daí para o pote: o segredo era largado e caía com leveza sobre os outros, onde se misturavam, formando o redemoinho que era sua vida.
A confissão da vez fora escrita devagar, quase em lágrimas de alegria. A caneta correu rápida, com mãos tremulas e sorrisos. Desenhou um coração e uma inicial. Hesitou alguns segundos antes de colocar o papel no pote de vidro onde ele cai, tornando-se apenas mais um.
Claro que não dentro dela. Dentro dela, aquele era o maior segredo de todos, o que mais bonito.
"Eu sinto borboletas em mim quando falo com você."
Eu conheço um cara que senta embaixo de uma ávore.
ResponderExcluirSimbólico.
eu guardo frases num cadreno variadas tudo que me inspira
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