domingo, 31 de outubro de 2010

Anda tudo muito tenso



As coisas vão mudando, e eu percebo com olhos assustados. Acho que to ficando meio antiquada, meio fora de moda.

Não é uma revolta sobre gente colorida ou sobre política. É só que eu não consigo ver as coisas mudarem ao meu redor sem ficar com medo.

Eu não consigo diferenciar uma mudança natural de uma mudança ruim por algum motivo aterrorizante. Então fico em pânico, com um choro engolido na garganta e aquele olhar de "o que está acontecendo?".

Acho que tenho medo de ficar pra trás enquanto as coisas mudam, enquanto as pessoas mudam e eu permaneço aqui, com 16 anos, cabeça de sei lá quantos e esse espírito de gente cansada. Sem esse tom sábio de quem já sofreu, mas com o coração ainda meio machucado dos tombos que a gente leva por essa idade. Eu só não sou sábia e tenho medo demais.

Medo de que? Ficar sozinha, talvez. De perder. De muitas vezes, perder o que sequer me pertence, mas o maior medo ainda é de perder o que eu tenho certeza que é meu. Porque o que acontece quando a segurança se quebra é apenas isso: se quebrar junto.

E enquanto todo mundo muda nesse ritmo de fim de ano, tudo que eu sei fazer é pensar em como elas vão ficando mais diferentes e eu também, só que de um jeito meio melancólico. Queria saber o que me aflinge.

E nessa minha mania de ficar com medo, de querer me esconder, de não gostar de mim mesma, to ficando enjoada de mim. To ficando cansada de me olhar no espelho todo dia, de ouvir minhas palavras ditas sem pensar (até digitadas sem pensar) e de me ouvir reclamar e de me suportar sempre. Essa nuvem de poeira ao meu redor tem que passar, porque eu não to mais me aguentando: quero que fique tudo bem. E eu me repito isso, que vai passar, que vai ficar tudo bem, que eu vou voltar a gargalhar por nada e que é tudo normal.

Mas a pergunta é, quando?

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